Passem palavra! Nas ruas mais recônditas, nas praças moribundas, Nas esquinas polidas, nos becos sem saída… Passem palavra! Já dependo das mãos para caminhar: Em breve os abutres e as hienas Conjugarão os meus últimos verbos. Os pulsos quebrados darão de si. As falanges dos dedos esgravatarão a terra, Catando a última morada. As mandíbulas estranham-se perante o pasmado céu da boca. O colar cervical que Deus me sugeriu para me manter erecto, De tantas vezes que o pescoço obedeceu à pena capital, Desculpa-se por já não cumprir a sua missão. As massivas lesões por esforço repetitivo Prendem os músculos à letargia das sombras. O meu querubismo força-me a uma identificação Com as fotografias mais sagradas. Quando os desejos tinham cartilagem, Em cada renovar celeste, sonhar era urgente! No desfile das figuras geométricas, Como triângulo obtuso enquadro-me Com o caminho curvilíneo distendido em linha recta. Não me consigo sentar junto dos profetas. De pernas cruzadas deveria poupar os j...