Tardiamente venera-se a forma interior, E por mais sincero que o exterior ainda vos possa Parecer susceptível de inocentar, não caiam na tentação De expurgarem as feridas em que me dilacero. Reservo-me ao direito de deixar de existir. Se as pálpebras mantêm os olhos inacessíveis, Por amor a esta pátria fria, é porque de frente Não enfrentei as vezes necessárias o Sol. Não confundo as sombras com a luz que me vela! Ao pressentir a respiração dos objectos íntimos, Das palavras impugnadas subtraio os significados íntimos, Como se as conclusões óbvias fossem a soma dos medos. Granjeiem as condecorações que não trago unidas ao peito E se queimarem a bandeira que me escancara a alma É porque como apátrida não terei nada a esconder Na hora de ser vencido pela derradeira vez. Não hesitem em queimar os livros proibidos Descerrados aos meus pés. Invoquem a autópsia Da minha autobiografia como se já não houvesse tempo ...